quinta-feira, 11 de junho de 2009

A crise dos clubes de stripper

A crise econômica faz mais uma vítima: a libido da populacão. Ao menos é o que demonstra o desempenho das redes de clubes de strippers dos Estados Unidos. O Rick's Cabaret International Inc. e VCG Holding Corp, as duas maiores cadeias de casas do gênero com ações listadas em bolsa (de valores), estão investindo em drinks mais baratos, diminuindo preços e redirecionando suas ações de marketing. A ideia é atrair um novo público, com perfil mais classe média, para substituir os magnatas dos tempos das farras das bolsas e hipotécas.

Segundo o Wall Street Journal (aqui), o Rick's declarou uma diminuição de 7.6% em vendas nesse segundo quarto do ano fiscal, que terminou dia 31 de março, comparado a um ganho de 8,2% no ano anterior. Já o VCG teve um declínio de 7% no primeiro quarto, comparado a um ganho de 6.4% no ano anterior.

O desempenho é decepcionante. As ações do Rick's e VCG caíram 77% e 84%, respectivamente, comparadas ao seu ponto mais alto, em dezembro de 2007. Os clubes já consideram até mesmo fechar as suas cozinhas onde eram preparados pratosrequintados como Kobe beef e lagosta. Até garrafas de Cristal Rosé, vendidas a $750 cada uma, encalharam. Algumas "funcionárias" dos estabelecimentos reclamam que em alguns casos o faturamento delas diminuiu até 75%.

E a crise não se limita aos Estados Unidos. No Japão o negócio também encolheu. Revistas como a Manzoku, especializadas em anúncios de fuzoku (acompanhantes para sexo), perdeu um terço de seus anúncios (aqui).


NÃO TENHA VERGONHA, A SAÍDA É CONVERSAR

Mas se o negócio está abalado, sem dar sinal de vida, não se desespere. Segundo o sociólogo Sudhir Venkatesh, da Universidade de Columbia e especialista na indústria de trabalhadores do sexo, uma baixa era normal e esperada. Cerca de 60% dos clientes dos clubes de stripper, em Nova York, por exemplo, eram empregados do sistema financeiro. Porém, afirma o especialista, as garotas de luxo vão ter muito trabalho. Como esse é um momento de maior carência emocional, elas vão ser ainda mais requisitadas porque "são especializadas em tomar conta de seus clientes, ouvem os problemas atentamente e conversam", diz Venkatesh. Ele acrescenta que em 40% desses casos a relacão sexual nem mesmo se consuma (aqui).


Toda essa história me faz lembrar de uma versão sórdida sobre como o Pinocchio descobriu que era de madeira: a mão direita dele pegou fogo.

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