segunda-feira, 8 de junho de 2009

Cozinho, logo existo

Marmanjões que não se imaginam diante de um fogão, tremei. Ouso dizer, gora com base científica, que vocês são seres menos evoluídos que suas mães e esposas que se dedicam ao preparo dos alimentos. Tudo bem, posso estar exagerando, mas explico.

O livro Catching Fire: How Cooking Made Us Human, que acaba de ser lançado nos Estados Unidos (clique no link para comprar na Amazon), defende que aprender a colocar os alimentos no fogo, há dois milhões de anos, foi a evolução que deu origem a inúmeras outras e transformou o homem... em homem. O autor é Richard Wranham, um antropólogo biológico de Harvard. Não sei exatamente se gosto do que esse título quer dizer, mas a coisa é interessante.


Todo mundo sabe que quando o homem aprendeu que colocar alimentos - essencialmente carnes - no fogo, ganhou um grande diferencial na armazenagem de comida e na diminuição de mortes por consumo de carne contaminada. Ainda não li o livro, mas segundo esta boa matéria/resenha da Slate, Wranham defende que isso aconteceu há muito mais tempo do que pensávamos. Enquanto os registros arqueológicos até hoje datavam o domínio de técnicas de cozinha em 76 mil anos atrás, Catching Fire propõe que isso começou a acontecer há 1,8 milhão de anos.
Essa teoria tem um milhão de consequências na história da evolução como ela é contada hoje. Mais ainda: põe em xeque a teoria da relação entre o homem e o meio, porque para Wrangham a prática de cozinhar não é um produto do ser humano, e sim o ser humano é um produto dela. Assim, a arte da cozinha transformou uma criatura parecida com um símio no ser humano, o que inverte a lógica atualmente vigente.

Eu já comecei a me aproximar do fogão há alguns anos. É verdade que na linha evolutiva dessa prática eu mais pareço Conan, o Bárbaro, do que o Jamie Oliver. Mas tem gente por aí que está mais para um orangotango. Fica a pergunta para Richard Wrangham: será que em breve um chimpanzé conseguirá preparar um miojo?

Dica do Sr. Sabba via twitter.

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