Marmanjões que não se imaginam diante de um fogão, tremei. Ouso dizer, gora com base científica, que vocês são seres menos evoluídos que suas mães e esposas que se dedicam ao preparo dos alimentos. Tudo bem, posso estar exagerando, mas explico.
O livro Catching Fire: How Cooking Made Us Human, que acaba de ser lançado nos Estados Unidos (clique no link para comprar na Amazon), defende que aprender a colocar os alimentos no fogo, há dois milhões de anos, foi a evolução que deu origem a inúmeras outras e transformou o homem... em homem. O autor é Richard Wranham, um antropólogo biológico de Harvard. Não sei exatamente se gosto do que esse título quer dizer, mas a coisa é interessante.
Todo mundo sabe que quando o homem aprendeu que colocar alimentos - essencialmente carnes - no fogo, ganhou um grande diferencial na armazenagem de comida e na diminuição de mortes por consumo de carne contaminada. Ainda não li o livro, mas segundo esta boa matéria/resenha da Slate, Wranham defende que isso aconteceu há muito mais tempo do que pensávamos. Enquanto os registros arqueológicos até hoje datavam o domínio de técnicas de cozinha em 76 mil anos atrás, Catching Fire propõe que isso começou a acontecer há 1,8 milhão de anos.
Essa teoria tem um milhão de consequências na história da evolução como ela é contada hoje. Mais ainda: põe em xeque a teoria da relação entre o homem e o meio, porque para Wrangham a prática de cozinhar não é um produto do ser humano, e sim o ser humano é um produto dela. Assim, a arte da cozinha transformou uma criatura parecida com um símio no ser humano, o que inverte a lógica atualmente vigente.
Eu já comecei a me aproximar do fogão há alguns anos. É verdade que na linha evolutiva dessa prática eu mais pareço Conan, o Bárbaro, do que o Jamie Oliver. Mas tem gente por aí que está mais para um orangotango. Fica a pergunta para Richard Wrangham: será que em breve um chimpanzé conseguirá preparar um miojo?
Dica do Sr. Sabba via twitter.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
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