quinta-feira, 26 de março de 2009

Suécia, a morte da Saab e memórias da baia de Estocolmo



Certas coisas são difíceis de explicar. Uma delas, sem dúvida, é minha admiração por carros da Saab. Talvez por serem da Suécia, um país distante e exótico que deu à humanidade a Volvo, o Ikea e o ABBA.

Para o meu desgosto (e surpresa) li no NY Times essa semana que o governo da Suécia não irá ajudar a Saab a enfrentar a crise que assola a indústria mundial e particularmente o setor automotivo. Sendo assim, há grande possibilidade da Saab fechar suas portas. O pedido de ajuda negado é surpreendente, tendo em vista a tradicão paternalista do governo sueco com trabalhadores e companhias do país. Seguindo o "modelo sueco", o sistema bancário do país foi estatizado em 1992, quando todos os bancos locais quebraram. Posteriormente, as instituições foram capitalizadas e voltaram para o controle privado.

E por que o "modelo sueco" não será aplicado à Saab? O governo alega que não tem interesse em ser proprietário de uma fábrica de carros. O que faz muito sentido. Acho que outra vez, a exemplo do que fizeram nos anos 90, os suecos nadam contra a corrente mas estão no caminho certo.

A Saab é uma pequena indústria que teve seu último sopro de vida apagado quando foi comprada pela GM na década de 80. Os americanos descaracterizaram a marca e de certa forma a contaminaram com a visão que colocou as fábricas de carros dos Estados Unidos onde estão hoje.

Antes de ser comprada pela GM, a Saab era uma empresa inovadora e com um DNA próprio que se refletia em seus produtos. Em 1977, por exemplo, foi lançado no salão do automóvel de Frankfurt o Saab 99 Turbo, o primeiro carro de passeio com motor turbo (em 1976, a Porsche havia apresentado o Carrera). Todo o projeto do Saab 99 era baseado no conceito de “menos é mais” adotado pela tradição minimalista do design sueco.

Um motor turbo é mais leve, menor e mais eficiente na relação potência / consumo de combustível do que um motor convencional (naturalmente aspirado). A ideia do turbo é reaproveitar os gases que no motor convencional são expelidos pelo escapamento e assim aumentar a potência.

Outros fabricantes já haviam tentando, mas uma série de dificuldades técnicas que comprometiam a durabilidade e confiabilidade do motor desencorajaram outras empresas de seguir com o projeto. Entretanto, a Saab também é uma indústria aeroespacial e aplicou soluções desenvolvidas para seus aviões no carro. (Mais detalhes sobre o turbo e Saab 99 aqui)

E o que aconteceu depois que a Saab passou a ser comandada pela GM? No ano passado o prejuízo foi de US$ 343 milhões (pouco se comparado aos US$ 100 bilhões da GM). As vendas não chegam a 100 mil modelos por ano e a marca tem pouco apelo com o público. Confesso que hoje nem eu compraria um Saab - parecem mais carros americanos que suecos.

Já a também sueca Volvo, que pertence à Ford, está em situação um pouco melhor que a Saab. A Volvo tem uma marca forte associada a segurança e confiabilidade. Por outro lado, as vendas, principalmente de caminhões, caíram muito.

Talvez a saída para a Saab seja voltar a nadar contra a corrente e como o governo da Suécia, desconfiar da "sabedoria popular" que recomenda receitas fáceis.

Baia de Estocolmo


Acima, foto do por do sol mais rápido e mais cedo que já vi na vida. Foi na ilha Skeppsholmen, na parte central de Estocolmo. A vista é para a parte oeste da baia. Em poucos minutos, instantes antes das 15h, a luz havia desaparecido completamente do céu.

E por último, o vídeo de "Mamma Mia", ABBA.



Mamma Mia
Ive been cheated by you since I dont know when
So I made up my mind, it must come to an end
Look at me now, will I ever learn?
I dont know how but I suddenly lose control
Theres a fire within my soul
Just one look and I can hear a bell ring
One more look and I forget everything, o-o-o-oh

Mamma mia, here I go again
My my, how can I resist you?
Mamma mia, does it show again?
My my, just how much Ive missed you
Yes, Ive been brokenhearted
Blue since the day we parted
Why, why did I ever let you go?
Mamma mia, now I really know,
My my, I could never let you go.

Ive been angry and sad about the things that you do
I cant count all the times that Ive told you were through
And when you go, when you slam the door
I think you know that you wont be away too long
You know that Im not that strong.
Just one look and I can hear a bell ring
One more look and I forget everything, o-o-o-oh

Mamma mia, here I go again
My my, how can I resist you?
Mamma mia, does it show again?
My my, just how much Ive missed you
Yes, Ive been brokenhearted
Blue since the day we parted
Why, why did I ever let you go?
Mamma mia, even if I say
Bye bye, leave me now or never
Mamma mia, its a game we play
Bye bye doesnt mean forever

Mamma mia, here I go again
My my, how can I resist you?
Mamma mia, does it show again?
My my, just how much Ive missed you
Yes, Ive been brokenhearted
Blue since the day we parted
Why, why did I ever let you go
Mamma mia, now I really know
My my, I could never let you go

Um comentário:

Dandalo Gabrielli disse...

Esse post me lembrou do filme Crazy People.
http://www.imdb.com/title/tt0099316/
Um dos personagens, um dos malucos, era apaixonado pelo modelo 76 GLE. Para ele só existia esse carro. Uma demonstração de seu amor pelo carro era essa frase:
You can't have sex with a Saab. It's unnatural, and you might get hurt.

Em uma cena do filme, o personagem ganha um modelo de sua grande paixão, por suas idéias criativas.

http://www.imcdb.org/vehicle.php?id=3837&PHPSESSID=7a3...