Hipocrisia alimentar (em defesa do Cheetos)

Quem me conhece sabe o quanto gosto de junk food. Tenho a teoria de que uma alimentacão completamente industrializada é o segredo da longevidade. Se ela realmente for ruim, ajuda a produzir anticorpos. Tipo homeopatia: pequenas doses de veneno para curar (e se você acredita na cascata da homeopatia, já posso considerar no meu time). Pegue o caso dos agrotóxicos, por exemplo. O sujeito come só produto orgânico porque não tem inseticida, herbicida e todos os cidas cancerígenos. Aí o ecoconsciente (e perceba os vários sentidos contidos nessa palavra) come amendoim orgânico e acaba contaminado por salmonela como aconteceu recentemente nos EUA. Para não entrar em detalhes sórdidos.

Por favor, se for sensível a imagens alimentares insalubres, por favor, desista nesta linha e não prossiga.

Ok, se chegou aqui é porque está preparado. A história da salada é pior. Todo mundo olha um prato de salada e diz: "tá saudável, hein?". Duvido que a salada do restaurante da Tia da Esquina seja realmente lavada e sanitizada seguindo padrões internacionais de higiêne (uahaha, existe alguma Convenção de Genebra para saladas?). Já vejo até a Rosicléia espirrando e limpando o nariz com a mão, que depois passa na camiseta. E a salada ali diante dela, o alface e a rúcula em dégradé de verde. Isso sem falar no batismo das folhas, quando a Rosicléia bate lá umas três gotinhas de água da torneira para "lavar" a salada.


Mas veja a beleza da coisa. No caso da foto ao lado, a embalagem do Cheetos "adverte" que tentar engolir um floquinho inteiro de uma vez não é recomendável! Mas o risco é de engasgar, não de envenenamento. Viva o Cheetos! Chega dessa vida orgãnica em branco e preto. Eu quero a cor do filé mal passado, o brilho das frituras e a doçura das tortas de chocolate!

Update Tribalista: Dona Gorducha trouxe a nós a questão da contaminação das beringelas por bichinhos (leia aqui). O problema, de fato, parece insolúvel e só reforça a minha tese acima.